Viajar para vacinar é preciso.

Viajar para vacinar é preciso.

Depois de ouvir o relato de conhecidos e amigos que conseguiram se vacinar nos Estados Unidos com facilidade e sem ter de comprovar residência, o curitibano Kenny Tsushima comprou uma passagem no domingo, 9, com o objetivo de viajar para vacinar e tentar antecipar sua imunização contra a covid-19.

Com 34 anos, sua perspectiva de ser vacinado em Curitiba é no fim do ano ou em 2022. A vacinação anda a passos lentos no Brasil, com frequentes interrupções nas aplicações por falta de doses. Viajar para vacinar em Miami, na Flórida, é a expectativa de Tsushima que espera ser imunizado no mês que vem.

Como os Estados Unidos não aceitam passageiros vindos diretamente do Brasil, os turistas têm de fazer a quarentena em outro lugar. Tsushima escolheu ficar nestas duas semanas na Cidade do México, dentro do hotel, pois prefere manter o isolamento social. Mas a maioria dos turistas que buscam esta rota tenta unir a vacinação a uns dias de lazer nas praias do mar do Caribe.

É de olho nesses dois perfis que buscam por vacinação no exterior que agências brasileiras de viagem criaram os chamados “pacotes da vacina” para quem tem visto em dia e pode arcar com esses custos.

Os combos incluem passagem e hospedagem de ida e volta, geralmente, para Miami ou Nova York, com 14 dias na Costa Rica, República Dominicana ou México — sendo este o destino mais procurado, em especial a famosa Cancún.

A maioria dos compradores são jovens, na faixa dos 20 a 40 anos, e muitas vezes viajam em família. Cada pacote custa de 17.000 a 20.000 reais. Mas o tempo da estada é suficiente apenas para a primeira dose.

Convenhamos, essa alternativa, infelizmente, não cabe no bolso de qualquer um, porém, de certa forma, contribui para a solução da escassez de vacinas no Brasil, que ainda caminha a passos lentos no desenvolvimento de mecanismos que possam minimizar o problema da imunização da população.

Fonte: Agências de viagem fazem pacotes para vacinação de brasileiros nos EUA | Exame