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Voo 342 – O filme.

O filme “Voo 342”, do cineasta Luiz Cesar Rangel, é uma obra que escancara o espírito provocador e inovador do cinema de guerrilha brasileiro. Produzido em um contexto de restrições orçamentárias, de forma cooperativa com os atores do filme, o longa-metragem aborda com sutileza e até uma certa dose de ironia as incongruências existentes entre os discursos de figuras políticas que se vendem à pautas nem sempre democráticas e a própria realidade quando é a sua pele que está em perigo ou sofrendo ameaças. “Voo 342” é uma metáfora poderosa sobre a fragilidade da condição humana, construída com intensidade e ritmo impecável.

Rangel, reconhecido como uma das vozes mais autênticas do cinema independente brasileiro, começou sua carreira nos anos 1980, em pleno período da ditadura. Com recursos limitados e uma determinação inabalável, ele utiliza em suas produções técnicas que são marcas registradas de seu estilo: gravações em locações reais, elenco muitas vezes formado por atores amadores e uma abordagem narrativa que desafia o status quo. Seu cinema de guerrilha é uma forma de expor as mazelas sociais e políticas do país, sempre mantendo o foco em histórias profundamente humanas.

Ao longo de sua carreira, Luiz Cesar Rangel dirigiu uma série de curtas e longas que exploraram temas como desigualdade, repressão e os dilemas éticos de uma sociedade em transformação. Obras como Inveja (curta metragem), Ódio, Relatos urbanos e Ira (curta metragem) ilustram bem a personalidade filmográfica desse cineasta que, mesmo com orçamentos modestos, transforma limitações em força criativa. Alinhado a nomes como Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, Rangel abraçou o “faça você mesmo” do cinema novo, adaptando-o às realidades do Brasil pós-ditadura.

“Voo 342” está disponível gratuitamente no YouTube através de seu canal Filmes e séries com Luiz César Rangel e que pode ser conferido abaixo.

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Fernanda Torres: a rainha do cinema nacional.

Em 1986, Fernanda Torres entrou para a história do cinema brasileiro ao conquistar o prêmio de Melhor Atriz no prestigiado Festival de Cannes por sua interpretação no filme Eu Sei que Vou Te Amar, dirigido por Arnaldo Jabor. Contudo, essa vitória não apenas consolidou seu talento, mas abriu caminho para que sua carreira ganhasse repercussão internacional. Um marco subsequente veio com a premiação de Fernanda no Globo de Ouro, celebrando sua atuação em produções que desafiaram fronteiras culturais e narrativas convencionais.

Fernanda Torres vence o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama — Foto: Getty Images.

https://revistaquem.globo.com/entretenimento/series-e-filmes/noticia/2025/01/globo-de-ouro-2025-web-reage-apos-fernanda-torres-ganhar-premio-de-melhor-atriz-em-filme-dramatico.ghtml

A vitória no Globo de Ouro destacou a capacidade de Fernanda em transitar por diferentes universos interpretativos, emocionando públicos de diversas partes do mundo. Sua performance foi elogiada pela crítica especializada por sua profundidade emocional, autenticidade e a rara habilidade de transmitir sentimentos universais de maneira única. Para muitos, sua conquista simboliza o reconhecimento de um cinema brasileiro pulsante, repleto de histórias impactantes e interpretações memoráveis.

Além do talento inquestionável, o prêmio evidenciou a importância da diversidade no cenário artístico internacional. Ao ser celebrada no palco do Globo de Ouro, Fernanda não representou apenas a si mesma, mas toda uma geração de artistas brasileiros que buscam espaço em uma indústria historicamente dominada por produções norte-americanas. Sua vitória não apenas quebrou barreiras, mas inspirou cineastas, roteiristas e atores brasileiros a sonharem alto e lutarem por seus lugares no cenário global.

A cerimônia de entrega do prêmio foi marcada por discursos emocionantes. Fernanda, ao subir ao palco, dedicou o prêmio ao cinema brasileiro e aos colegas de profissão, ressaltando a importância de contar histórias autênticas que refletem a identidade de um povo. Suas palavras ressoaram como um chamado à valorização da arte em todas as suas formas e à busca de novos horizontes para a produção cultural brasileira.

Esse reconhecimento não apenas reforçou a posição de Fernanda Torres como uma das grandes atrizes de sua geração, mas também colocou o Brasil no mapa dos grandes festivais e premiações internacionais. Seu legado segue vivo, servindo como inspiração para artistas que buscam levar o cinema brasileiro a novos patamares.

Essa conquista para o Brasil nos dá esperança em relação ao Oscar, seja pelo belo filme “Ainda estou aqui” ou seja pela deslumbrante atuação de Fernanda Torres que encantou e emocionou o público. Nós brasileiros devemos nos orgulhar dessa conquista, pois representa um marco histórico para o nosso cinema que vem renascendo.

Vida longa à Fernandinha. Vida longa ao cinema nacional.

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Da Ideia ao Projeto na Produção Literária e Audiovisual

A conexão entre a ideia e o projeto é essencial na produção literária e audiovisual. A ideia é a semente criativa, o ponto de partida que dá origem a uma narrativa ou conceito. Já o projeto é a materialização dessa ideia em um produto final, planejado e estruturado para ser executado. Essa transição envolve várias etapas que, embora similares, possuem especificidades em cada área.

Na literatura, a ideia geralmente surge como um tema, uma trama ou um personagem. A partir disso, o autor desenvolve um esboço, que evolui para um texto trabalhado em múltiplas revisões. Esse processo pode ser mais solitário, mas oferece liberdade criativa quase ilimitada, já que as limitações práticas, como orçamento ou logística, são inexistentes.

Já na produção audiovisual, a ideia inicial, que pode vir de uma cena, diálogo ou conceito visual, precisa ser traduzida em um roteiro e, posteriormente, em um projeto técnico e financeiro. Essa transição requer colaboração entre roteiristas, diretores, produtores e outros profissionais. O projeto audiovisual demanda um planejamento rigoroso para lidar com limitações orçamentárias, logísticas e tecnológicas, o que pode restringir a liberdade criativa, mas também garante maior consistência no resultado final.

A relação entre ideia e projeto passa por fases bem definidas: concepção, desenvolvimento, pré-produção, execução e finalização. Na literatura, o foco está na escrita e edição. No audiovisual, cada fase envolve equipes e processos complexos, como captação de recursos, contratação de elenco, filmagens e pós-produção.

Entre as vantagens de transformar ideias em projetos estão a possibilidade de alcançar um público maior, a materialização do conceito em algo palpável e a chance de criar obras impactantes. No entanto, o processo pode ser desafiador, devido à necessidade de lidar com críticas, restrições externas e as pressões do mercado.

Por outro lado, desvantagens incluem a dificuldade de conciliar a visão criativa com os limites práticos, especialmente no audiovisual. Na literatura, o desafio pode ser o isolamento criativo e a incerteza sobre a receptividade do público.

Em síntese, a relação entre ideia e projeto exige equilíbrio entre inspiração e planejamento. Seja na literatura ou no audiovisual, transformar uma ideia em projeto é um processo que combina criatividade, estratégia e execução técnica, permitindo que histórias se tornem experiências marcantes para os públicos.

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“12.12: O Dia“: representante da Coreia no Oscar 2025. 

Oscar 2025 

O cinema sul-coreano conquistou o mundo com sua autenticidade, narrativas impactantes e uma qualidade técnica impecável. Após o marco de Parasita, que fez história no Oscar, o novo representante da Coreia do Sul para a premiação de 2025, 12.12: O Dia, já está despertando grandes expectativas e, agora, ganha uma data especial para estrear no Brasil.

Previsto para chegar às telas nacionais em 12 de dezembro, o filme não só promete atrair os fãs da cinematografia coreana, como também marcar presença como um dos eventos culturais do ano. A escolha da data reforça a força simbólica do título e cria uma conexão entre o público brasileiro e a obra, destacando a crescente popularidade dos filmes asiáticos no país.

 

Dirigido por um dos cineastas mais promissores da Coreia, 12.12: O Dia aborda temas universais, como o peso das escolhas, a luta pela justiça e a resiliência humana, através de uma trama ambientada em um período crítico da história coreana. Com uma combinação de roteiro envolvente, atuações marcantes e uma fotografia deslumbrante, o longa já é apontado como um forte concorrente na temporada de premiações.

A iniciativa de lançar 12.12 no Brasil com uma data emblemática reflete a aproximação cada vez maior entre as culturas brasileira e coreana. De k-dramas ao k-pop, a influência sul-coreana cresce exponencialmente no Brasil, tornando o país um dos mercados mais receptivos à produção cultural da Coreia do Sul.

Além da estreia em cinemas, a data será celebrada com eventos especiais em diversas cidades, incluindo sessões comentadas, debates e atividades culturais. É uma oportunidade para aprofundar a discussão sobre a importância do cinema como ferramenta de conexão e entendimento global.

Com 12.12: O Dia, o público brasileiro terá a chance de vivenciar mais uma obra-prima do cinema coreano, reforçando o papel do Brasil como um ponto estratégico na disseminação da arte internacional. Prepare-se para uma jornada cinematográfica que promete emocionar, provocar reflexões e, quem sabe, fazer história no Oscar 2025.

Origem: “12.12: O Dia“: representante da Coreia no Oscar 2025 ganha data no Brasil | CNN Brasil

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Do Roteiro de Cinema para Livro: Uma Jornada Desafiadora

Adaptar um roteiro de cinema para livro é um processo que vai além de simplesmente transcrever cenas e diálogos; é um trabalho que exige expandir o universo narrativo e explorar camadas emocionais que muitas vezes ficam implícitas no audiovisual. Enquanto o cinema comunica muito por meio de imagens, sons e expressões, a literatura depende exclusivamente das palavras para criar um mundo rico e cativante na imaginação do leitor.O primeiro passo nesse processo é reinterpretar o roteiro. No cinema, o foco está na ação e nos diálogos, enquanto no livro é necessário aprofundar a perspectiva dos personagens, suas motivações e pensamentos. Isso exige que o adaptador ou escritor amplie as descrições e desenvolva detalhes que não estavam explícitos no roteiro, mas que são fundamentais para enriquecer a experiência do leitor.
A estrutura narrativa também precisa ser ajustada. Um roteiro segue uma linguagem técnica, com cenas divididas em atos e descrições sucintas. Já o livro demanda uma narrativa fluida, com transições naturais e capítulos que conduzam o leitor por uma jornada imersiva. Isso implica transformar as descrições objetivas em cenários vívidos e desenvolver subtextos emocionais que conectem o leitor aos personagens.

Outro aspecto importante é o ritmo. No cinema, o tempo é limitado, e as histórias precisam ser contadas de forma enxuta. No livro, há espaço para explorar detalhes, criar subtramas e aprofundar relações entre os personagens. O desafio está em equilibrar a expansão do conteúdo sem perder a essência e a tensão que movem a narrativa.
Além disso, é fundamental capturar a atmosfera do filme, traduzindo para o texto a intensidade das cenas de ação, a sutileza de olhares ou a grandiosidade de uma paisagem. Isso exige uma escrita sensorial, que evoque no leitor as mesmas emoções que as imagens transmitiram na tela.
Adaptar um roteiro de cinema para livro é, em essência, um ato de reconstrução. É dar ao público uma nova perspectiva sobre uma história já conhecida, ao mesmo tempo em que se explora as potencialidades únicas da literatura para enriquecer e aprofundar a narrativa. É uma forma de ressignificar a obra e alcançar novos públicos, transformando uma experiência visual em um mergulho literário.

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Luz, câmera: curta que aí vem curta.

A fase de pré-produção do curta-metragem *Nunca Converse com Estranhos* marca a estreia do escritor goiano Orlando Rodrigues na sétima arte, dando início ao planejamento detalhado deste projeto aprovado pela ANCINE (projeto 24-1091 e PROCESSO: 01416.008016/2024-27), por meio do despacho DESPACHO Nº 143-E, DE 24 DE OUTUBRO DE 2024, publicado no Diário Oficial da União.

A história, baseada em um conto homônimo de Orlando Rodrigues, leva os espectadores ao intrigante universo do suspense e do sobrenatural.

A narrativa acompanha um homem em uma viagem a trabalho que é surpreendido por uma bela mulher pedindo carona. Porém, essa aparente desconhecida traz consigo um passado perturbador que, aos poucos, é revelado, levando o protagonista e o público a uma descoberta aterradora.

A produção do curta metragem contará com a parceria da BlueVista Filmes Brasil, que terá direção de fotografia assinada pelo estreante Valério Salazar, reforçando o compromisso com uma produção de alta qualidade técnica e artística e tem também o apoio cultural da ANEE – Associação Nacional de Escritores e Editoras e ORPRODUÇÕES (ORTVEB).

A escolha das locações é um ponto-chave: as cenas serão filmadas nas cidades de Goiânia e Brasília, aproveitando a atmosfera e os contrastes das paisagens urbanas das duas cidades para criar uma ambientação densa e misteriosa.

A previsão de início das filmagens é para abril de 2025, mas, na segunda quinzena de novembro deste ano iniciará o processo de seleção de elenco e definição de equipe técnica, essenciais para dar vida aos personagens e ao visual sombrio que o projeto exige.

O curta promete um desfecho inesperado, característico do gênero, e busca explorar o potencial do cinema nacional em trazer produções de suspense e mistério ao público.

A fase de pré-produção tem papel central na construção dessa atmosfera, englobando desde a pesquisa de locações até o desenvolvimento de uma direção de arte que eleve a tensão e o mistério que envolvem a trama.

Parte da produção será realizada com recursos próprios e também contará com patrocínio, oferecendo benefícios da Lei Rouanet, Lei do audiovisual e outras contrapartidas que podem ser negociadas com pessoas físicas e jurídicas que desejarem colaborar com este audacioso projeto que pode ser acessado clicando aqui.

As contribuições, doações e patrocínios devem ser feitas para:

Banco do Brasil

Agência: 3888-1
Número da C/C
58117-8 (conta de captação)

58149-6  (conta de movimentação)

Nome do Produtor
ORLANDO BARBOSA RODRIGUES

cpf: 233201331-87

Para deduzir os valores do seu imposto devido, no ano seguinte, informe as transferências na ficha “Doações Efetuadas” da sua declaração de imposto de renda. O limite de dedução por pessoas físicas é de até 6% do imposto devido. Para empresas, o limite de deduções é de 4% do imposto devido por período de apuração.

 

Meu livro virou filme: ficção ou realidade?

 

O sonho de muitos escritores, principalmente, os iniciantes é ver seu livro adaptado para o cinema, um sonho que muitas vezes está muito longe da realidade em razão de uma série de circunstâncias que envolvem essas duas formas de linguagem no âmbito da cultura.

As adaptações cinematográficas de obras literárias brasileiras desempenham um papel vital na preservação e divulgação de nossa literatura, permitindo que o público redescubra histórias e personagens marcantes sob uma nova perspectiva.

Ao transpor um conto ou romance para o cinema, diretores e roteiristas se deparam com o desafio de traduzir o imaginário literário em uma experiência visual, preservando a essência do texto original e, ao mesmo tempo, inovando para atender às especificidades da linguagem cinematográfica.

Obras de grandes escritores, como *O Auto da Compadecida* de Ariano Suassuna e *Lavoura Arcaica* de Raduan Nassar, foram adaptadas para o cinema com sucesso, conquistando tanto o público quanto a crítica.

*Ainda Estou Aqui*, livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, é uma narrativa comovente sobre a relação do autor com sua mãe, Eunice, que sofre de Alzheimer. Além de abordar as dores e memórias familiares, o livro retrata o impacto da ditadura militar no Brasil, marcada pelo desaparecimento de seu pai, Rubens Paiva. A obra foi adaptada para o cinema em um filme sensível e premiado, ganhando reconhecimento por sua abordagem humana e emotiva sobre a perda, a resistência e a memória familiar.

Esse processo de adaptação exige uma profunda compreensão da obra original, além de escolhas artísticas que valorizem o enredo e o ambiente cultural retratado pelo autor.

No caso do projeto O fio da meada: uma fronteira entre o bem e o mal, filme de longa metragem, baseado em um livro homônimo de Orlando Rodrigues, o desafio é não só preservar a intensidade da narrativa, mas também destacar aspectos visuais que captem a atmosfera e as emoções do texto.

O projeto audiovisual do escritor Orlando Rodrigues vai além da realização de um sonho, mas, busca valorizar o autor nacional independente e contribuir para descentralizar a produção audiovisual, propondo uma produção fora do eixo Rio-São Paulo.

O fio da meada recebeu autorização da ANCINE para captação de recursos por meio das leis de incentivo e vem participando de editais com o objetivo de ser viabilizado, tanto no ponto de vista da produção, como também a distribuição em nível nacional.

As adaptações de obras brasileiras também incentivam o diálogo entre a literatura e o cinema, ampliando o acesso do público a histórias que muitas vezes se concentram no papel.

Ao transportar essas narrativas para a tela, o cinema expande a dimensão de temas importantes e dá vida a personagens de maneira visual e dinâmica, o que facilita a identificação e aumenta o impacto emocional.

Além disso, adaptações de obras nacionais reforçam o valor cultural de nossa literatura e mostram ao público como ela se conecta com temas atuais e universais.

Com iniciativas como essas, o cinema brasileiro não apenas homenageia a literatura, mas a torna acessível a uma audiência ainda maior, aproximando gerações e apresentando novos olhares para o acervo literário nacional.

Dessa forma, as adaptações literárias para o cinema não apenas ampliam o alcance das histórias, mas enriquecem a cultura brasileira, mantendo viva a conexão entre texto e tela, literatura e imagem.

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Adquiria o livro O fia da meada: uma fronteira entre o bem e o mal.