De escritor para escritor.
De escritor para escritor, o bate papo de Orlando Rodrigues e Paulinho Dhi Andrade.
APRESENTAÇÃO e ENTREVISTA
Orlando Rodrigues é escritor, cineasta, roteirista e Presidente da ANEE-Associação Nacional de Escritores Editoras.
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ENTREVISTA:
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1-Paulinho: Olá, Orlando, tudo bem? Podemos começar a entrevista com você nos dizendo algo a seu respeito?
-Orlando:
Olá, Paulinho, tudo bem e te desejo o mesmo. Quando as pessoas me pedem para falar sobre mim eu sempre brinco. Devo falar sobre qual Orlando? Ao longo de meus atuais 63 anos, mais de quarenta anos de atividade profissional, incluindo atividade acadêmica e mais recente a cultural, posso dizer que sou uma pessoa de muitas faces no melhor dos sentidos, pois, tenho de assumir diversas posturas de comportamento nessas variadas atividades. Ora mais formal, ora mais casual. Sou escritor, roteirista, produtor cultural, proprietário da OR PRODUÇÕES e Presidente da ANEE – Associação Nacional de Escritores e Editoras.
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2- Paulinho: Você tem formação acadêmica? Qual?
-Orlando:
Minha formação é em Administração de empresas, tenho especialização em recursos humanos e mestrado em educação. Tive o privilégio de atuar em todas essas áreas de formação, além de minha formação em coaching com 4 certificações internacionais.
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3- Paulinho: Quando foi que começou a escrever?
-Orlando:
Desde criança eu sempre gostei de ler e escrever e minha prática com a escrita obedeceu e obedece às minhas fases de vida pessoal e profissional. Das redações escolares, algumas premiadas, aos memorandos, ofícios, relatórios, pareceres, passando pelos artigos de opinião e artigos acadêmicos e científicos, livros sobre gestão e coaching, até, enfim, após me aposentar de minhas atividades profissionais enquanto bancário, economiário, professor em todas as fases do processo de ensinagem, incluindo pós-graduação e mestrado, lecionando e coordenando cursos, me dedicar à literatura de ficção.
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4- Paulinho: Quando foi que surgiu a ideia de criar a ANEE-Associação Nacional de Escritores e Editoras? Fale um pouco sobre ela e qual o propósito dela existir.
-Orlando:
A ANEE foi criada por um pequeno grupo de escritores com o objetivo de apoiar novos escritores. Ser escritor no Brasil é um grande desafio e viver disso é quase uma epopeia. Em geral as editoras tradicionais no Brasil não investem em autores iniciantes, a não ser em raríssimas exceções e o escritor iniciante fica desprotegido e à mercê de pseudo editoras e pseudo agentes literários que existem por aí. Em 21 de novembro de 2023, com muitas dificuldades criamos a ANEE para honrar o propósito de elevar a produção literária nacional a partir da valorização de novos autores. Em menos de 1 ano já contamos com dois sites, um canal de youtube, um programa semanal em rede de TV por streaming, uma revista literária e vários projetos tanto da ANEE como de associados aprovados em leis de incentivo para captação de recursos.
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5- Paulinho: Quantos livros você já escreveu e quantos já estão circulando?
-Orlando:
Eu considero livro as minhas publicações acima de 60 páginas e nesse sentido são 14 livros tanto de ficção como não ficção, todos publicados na Amazon, além de alguns por editoras tanto tradicionais como prestadoras de serviço e plataformas de publicação. Se considerar os contos que eu publico na Amazon em formato de série esse número chega a 76.
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6-Paulinho: Qual de seus livros é o mais comentado, e o que dizem os leitores sobre ele? Fale um pouco sobre o livro.
-Orlando:
Pelo fato de meus livros serem publicados na Amazon e terem uma boa média de avaliação, nem todos os leitores escrevem sua avaliação ou cometam sobre o livro e para ser bastante sincero eu não me preocupo nenhum pouco com isso. Eu tenho uma autocrítica apurada e sempre procuro melhorar a qualidade de minha escrita. Além disso, muitas avaliações e comentários nem sempre são orgânicas e isso, em minha opinião, não satisfaz meu ego. Muito raramente pago para algum(a) influencer ler, comentar ou fazer resenha de livro meu, nem mesmo peço a amigos. Acho que essas coisas têm de ser espontâneas. Mas, meu livro Anastasis: almas telepáticas publicado pelo grupo Hoffmam Littera recebeu comentários bastante interessantes, tanto elogiando o livro como também criticando, entendendo a crítica nesse sentido sempre como algo feito para a busca de autodesenvolvimento. Críticas meramente destrutivas e sem fundamento para mim tem o mesmo valor do elogio forçado.
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7- Paulinho: Você acha que a literatura é valorizada no Brasil?
-Orlando:
Não acho que seja valorizada, assim como não é o trabalho do professor e muitas outras profissões em nosso país. Mas, muito se deve à falta de união da classe literária, principalmente, escritores. Um dos objetivos de criação da ANEE foi de buscar essa união e a gente percebe claramente que não há esse sentido de grupo, enquanto categoria. Muitas profissões têm sindicatos da categoria, escritores tem algumas poucas associações e boa parte delas não divulgam o que fazem em favor da classe.
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8- P.: Você segue alguma rotina para escrever?
-Orlando:
Não sigo rotina nenhuma. Isso eu fazia quando era burocrata. Me aposentei para ficar livre disso.
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9- Paulinho: Está envolvido em algum outro projeto além da literatura?
-Orlando:
Sim. Atualmente estou muito envolvido coma produção audiovisual. Escrevo roteiro para cinema, tenho projeto aprovado para produção de curta e longa metragem. Só falta o patrocínio para dizer “Ação.”
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10- Paulinho: Qual livro você já leu e gostaria de ter sido a autor dele?
-Orlando:
Li vários e excelentes livros e um livro em especial que mudou meu modo de encarar a vida, sem a pretensão de tê-lo escrito é o essencialismo: a disciplinada busca por menos de Greg Mc Keown.
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11- Paulinho: Acredita que nos tempos de hoje é mais fácil publicar um livro ou continua a mesma coisa de décadas atrás? Teve alguma dificuldade para publicar seus livros?
-Orlando:
Sem dúvida atualmente está muito mais fácil, porém, o funil ficou mais estreito. Tornar-se uma celebridade ou um best seller escrevendo e publicando livros sempre foi difícil e continua não sendo fácil.
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12- Paulinho: O que você costuma fazer quando está escrevendo, toma café, chá, ouve música?
-Orlando:
Eu sou roqueiro, adoro ouvir heavy metal, mas, quando escrevo, parece que perco a audição, a sede a fome. Mergulho por inteiro.
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13- P.: O que você tem a dizer para os escritores que estão começando e/ou para aqueles que pretendem ingressar no mundo literário?
-Orlando:
Leiam, escrevam, leiam o que escreveu, reescreva, leia, leia muito e escreva bastante.
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14-Paulinho: Se você não fosse escritor, qual caminho seguiria?
-Orlando:
Eu optei por me considerar escritor a partir de minha aposentadoria e, portanto, segui vários caminhos que a vida e as oportunidades me ofereceram e consegui alcançar. Não tenho mais nenhuma grande pretensão, até porque, já virou um mantra pessoal, hoje eu só faço o que eu quero, quando quero e porque quero.
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15- Paulinho: Gostaria de dizer algo para seus leitores? Fique a vontade.
-Orlando:
Leiam, divirtam-se, amedrontem-se para justificar a qualidade de meus textos de terror e façam críticas positivas e engrandecedoras, pois, essas, eu considero.
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Muito obrigado, amigo Orlando Rodrigues.
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