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Anastasis. Crime castigo.

Anastasis traz uma potente e sombria sequência onde adentramos territórios ainda mais densos da espiritualidade, justiça cósmica e da vingança sobrenatural, conduzidos pela figura enigmática e sedutora de Alice — agora, um espírito com contas a acertar.

O retorno de Alice marca o início de uma série de encontros fatais com homens que, em vida, foram marcados por perversões, abusos de poder e omissões morais. Esses capítulos apresentam um tom mais visceral e psicológico, aprofundando-se nas memórias, nos traumas e nas perversões humanas com uma frieza quase clínica, sem abrir mão do lirismo sombrio que caracteriza a narrativa.

O primeiro a ser visitado por Alice é Adelson, um pastor evangélico que converteu-se após uma juventude marcada por abusos e crimes. Contudo, sua redenção escondia um ciclo silencioso de novas violações. Alice, vestida de sensualidade e mistério, manifesta-se através do corpo da jovem Juliana, e o confronto entre o sagrado e o profano culmina em uma morte brutal que parece tão inevitável quanto simbólica — um autojulgamento executado por sua própria consciência, encarnada na figura demoníaca de Alice.

Em seguida, mergulhamos na vida de Jair, funcionário do Senado e produtor amador de filmes pornográficos com menores. Aqui, o horror se torna mais explícito e angustiante. A punição vem de forma poética e cruel: as mesmas fitas que registravam seus crimes tornam-se os instrumentos de sua morte, como se as imagens quisessem cobrar, quadro a quadro, a dor dos corpos violados. A cena de sua morte é tão gráfica quanto simbólica: o erotismo transformado em agonia, o voyeurismo virando o olhar para si mesmo.

Jonas, o terceiro a ser visitado, representa o deboche da elite criminosa, envolvida em festas ilícitas, exploração sexual e fraudes políticas. Em um cenário que mistura hedonismo e decadência, Alice surge como uma figura quase mitológica, em meio a uma festa temática das cavernas, e o transforma em tocha viva, incendiando não apenas seu corpo, mas tudo o que simbolizava sua impunidade.

Por fim, temos o capítulo mais melancólico de Anastasis, o de Antônio, um velho apaixonado por Alice em vida, que envelheceu preso à culpa e ao vazio deixado por sua morte. Aqui, a justiça se manifesta de forma mais sutil e compassiva. Não há horror explícito, mas sim uma lenta e dolorosa dissolução da mente e da identidade — uma espécie de morte em vida, marcada pelo arrependimento e pelo esquecimento.

Nessa sequência de Anastasis, a narrativa atinge um novo patamar de densidade emocional e moral. Alice não é apenas um fantasma ou espírito vingador — ela é o espelho que devolve a imagem real daquilo que os vivos escondem. E com ela, seus julgamentos não seguem as leis humanas, mas sim uma lógica espiritual, instintiva e profundamente justa, ainda que cruel.

As cenas se entrelaçam como pequenos contos de horror moderno, onde cada “cobrança” é também uma revelação. A leitura é incômoda e fascinante, carregada de tensão erótica, crítica social e uma espiritualidade sombria. Alice, nesse retorno, não busca apenas vingar-se. Ela mostra que o além é menos distante do que imaginamos — e que algumas dívidas nunca deixam de ser cobradas.

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O retorno de Alice

Em O Retorno de Alice, sequência poderosa da obra Anastasis: Almas Telepáticas, o leitor é lançado num mergulho vertiginoso entre vida, morte e transcendência, onde o tempo se desfaz, os sentidos se tornam inúteis e a alma assume o protagonismo da existência. Narrado por um personagem que já não pertence ao mundo dos vivos, o capítulo se desenrola como um delírio lúcido, recheado de críticas sociais, revelações familiares, e um suspense sombrio sobre culpa, desejo, e redenção.

Darwin, nosso narrador, morto mas onisciente, perambula pelo limiar entre passado e presente na companhia de Death, seu antigo gato – agora um ser espiritual de profunda importância simbólica. Juntos, observam (e influenciam) os acontecimentos que precederam e sucederam a morte de Alice, figura trágica e complexa, que foi babá, amante e pivô silenciosa de dramas familiares e morais profundos. Alice, embora morta, retorna não apenas como presença, mas como força, como ajuste de contas com o passado e seus algozes.

Com narrativa carregada de crítica social e tensão psicológica, o autor expõe o machismo velado da elite brasileira, a hipocrisia moral da classe média tradicional e os abusos sexuais silenciados por décadas. A adoção de Alice, supostamente por benevolência, revela-se instrumento de exploração. Os vizinhos, figuras respeitáveis à luz do dia, tornam-se predadores sombrios à noite. A própria família do protagonista está envolta em traições, abandono afetivo e uma frieza emocional brutal.

Neste capítulo, a morte é tratada não como fim, mas como um novo estado de consciência. A escrita flerta com o sobrenatural, com tons góticos e espirituais, lembrando autores como Poe e Márquez, ao mesmo tempo em que carrega um senso de justiça tardia – quase kármica. A vingança aqui não se realiza com violência gratuita, mas por meio de uma lógica transcendental onde cada ato encontra seu peso no além.

Destaque para a construção lírica e filosófica da narrativa, que desafia as noções comuns de tempo, moralidade e existência. A voz do narrador morto é serena, mas carregada de ironia e desencanto. As imagens criadas – como a morte do pai durante a ceia natalina, ou o corpo caído em posição de cópula sobre o amante da mãe e seu melhor amigo  – são poderosas, perturbadoras e simbólicas.

O Retorno de Alice não é apenas uma continuação; é um manifesto contra os fantasmas reais da sociedade, e um convite ao leitor: para além do medo da morte, existe a necessidade de encarar os mortos-vivos do passado. Aqueles cujas almas clamam por escuta.

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Novelização. Você já ouviu falar?

A novelização (do inglês novelization) é o processo de adaptação de um roteiro audiovisual — geralmente de um filme, série ou jogo — para o formato literário, transformando a narrativa originalmente escrita para a tela em um romance. Diferente de uma simples transcrição, a novelização busca expandir o universo da obra original, adicionando elementos como pensamentos internos dos personagens, descrições aprofundadas de ambientes, passagens cortadas do roteiro e até cenas inéditas.

Embora o roteiro sirva como base estrutural, a novelização exige um trabalho criativo e literário significativo, já que o autor precisa traduzir linguagem cinematográfica em prosa, tornando visual e sonoro algo que será experimentado apenas por meio da leitura.

Esse tipo de adaptação tornou-se popular especialmente a partir das décadas de 1970 e 1980, com o sucesso de franquias como Star Wars, Alien e Indiana Jones. A prática permite que fãs explorem camadas narrativas que o tempo limitado do filme ou da série muitas vezes não permite mostrar. Além disso, é uma forma de manter o interesse pelo universo ficcional entre lançamentos.

Importante destacar que a novelização não é fanfic: ela requer autorização legal dos detentores dos direitos da obra original. Em muitos casos, os autores contratados não participaram da criação do roteiro, mas recebem acesso a ele para adaptá-lo em formato de romance.

Assim, a novelização ocupa um espaço único entre literatura e audiovisual: é ao mesmo tempo uma obra derivada e uma criação literária independente, com potencial de enriquecer e ampliar a experiência narrativa do público.

Exemplos de roteiros que se transformaram em livro

Contudo são pouquíssimos os exemplos existentes no mundo conforme abaixo:

Exemplos Reais e Inspirações – Novelização

Filme/Franquia Autor do Roteiro Autor da Novelização Observações
Star Wars (IV, V, VI) George Lucas Alan Dean Foster, James Kahn Foster escreveu como “Lucas” no primeiro.
Alien Dan O’Bannon Alan Dean Foster Sucesso cult, o livro aprofunda emoções.
E.T. Melissa Mathison William Kotzwinkle Muito lírico, ampliou o ponto de vista.
Gremlins Chris Columbus George Gipe Adiciona elementos que não aparecem no filme.
Back to the Future Zemeckis & Gale George Gipe Lançado junto com o filme em 1985.

Fonte: ChatGPT

Novelização no Brasil

No Brasil também existem exemplos de novelizações, embora essa prática seja menos comum do que nos Estados Unidos. Por aqui, as adaptações literárias geralmente partem de novelas, filmes ou séries de grande sucesso — e muitas vezes são feitas por escritores contratados, e não pelos roteiristas originais.

Cidade de Deusde filme para romance e vice-versa

  • Filme (2002): dirigido por Fernando Meirelles, com roteiro de Bráulio Mantovani.

  • Romance: a origem é o livro de Paulo Lins (1997), mas depois do sucesso do filme, houve reedições com novas capas e grande alcance internacional.

  • Ainda que o caminho tenha sido do livro para o filme, o romance ganhou aspectos de “novelização expandida” por causa do impacto do cinema, e muitos leitores vieram à obra depois de ver o filme.


O Auto da Compadecidaversão romanceada da peça adaptada na TV e no cinema

  • Originalmente uma peça teatral de Ariano Suassuna.

  • Após o sucesso das versões audiovisuais (especialmente a minissérie da Globo e o filme de 2000), foram publicadas edições literárias baseadas nessas versões, com estrutura mais narrativa e prosaica do que a peça original.


Se Eu Ficar / Para Sempre Alice / A Culpa é das Estrelasnovelizações e traduções com base em filmes

  • Apesar de serem obras internacionais, editoras brasileiras costumam publicar versões literárias com capas do filme, e em alguns casos, com trechos adaptados conforme o roteiro.

  • Algumas dessas edições funcionam como semi-novelizações “oficiais” para o público brasileiro.


Carandiru – O Filme: O Livro Oficial do Filme

  • Embora o livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella, tenha originado o filme (2003), a edição especial lançada após o filme incluiu conteúdo exclusivo do roteiro cinematográfico.

  • É um caso híbrido: o filme nasce do livro, mas depois o livro é relançado com ares de novelização.


Casos especiais: adaptações de novelas da TV Globo

  • Algumas novelas de grande sucesso viraram livros — e, em muitos casos, esses livros foram escritos por outros autores com base nos roteiros originais.

    • Ex: Escrava Isaura, Gabriela, Vale Tudo, Senhora do Destino.

As citações acima referentes à novelização do Brasil, entretanto, não são, necessariamente,  livros escritos, a partir de um roteiro de filme, algo que se pode dizer inédito.

Raro e possivelmente inédito no Brasil

Em fase de final de editoração para publicação, o livro intitulado Pacto entre Canalhas, cuja história original, um roteiro homônimo de autoria do cineasta Luiz Cesar Rangel, está prestes a ser lançado.

O livro em coautoria com o escritor Orlando Rodrigues deve expandir a estatística da novelização no Brasil. Até porque, o filme Pacto entre Canalhas produzido pela Cine Kua Non e dirigido por Luiz Cesar Rangel também está em fase de finalização.

Isso significa que as duas obras podem figurar como marcos históricos neste estilo de produção cultural nacional.

Como Funciona a Novelização de Roteiros (Sem Ser o Autor Original)

1. Autorização é essencial

  • Se o roteiro já pertence a alguém (cineasta, estúdio, produtor), você precisa de autorização oficial para transformá-lo em romance.

  • Isso pode vir por meio de:

    • um contrato com o estúdio/detentor dos direitos,

    • ou se o roteiro for de domínio público, o que é raro para obras modernas.

2. Caso tenha acesso informal ao roteiro (com permissão)

  • Se você conhece um cineasta ou roteirista e ele te autoriza formalmente a adaptar a obra, vocês podem firmar um contrato de colaboração.

  • Você se torna o autor do romance baseado na ideia dele.

3. Autoria no crédito

  • O crédito geralmente vai assim:

    • Baseado no roteiro de [NOME DO ROTEIRISTA]

    • Romance por [SEU NOME]

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A casa do medo – Rescaldo Mortal.

A casa do medo – Rescaldo Mortal é o terceiro capítulo do livro Anastasis: almas telepáticas. Neste capítulo impactante e visceral, somos tragados por uma narrativa carregada de dor, vingança e insanidade. A casa do medo – Rescaldo Mortal” é mais do que uma sequência de mortes brutais — é o retrato angustiante de um espírito dilacerado por abandono, rejeição e traumas profundamente enraizados.

Darwin, o protagonista, guiado por Death — um gato fantasma que carrega as marcas de uma morte cruel e simbólica — conduz o leitor a um ritual sangrento de acerto de contas, arquitetado com precisão científica e alimentado por emoções corroídas. Cada personagem presente na fatídica ceia de Natal tem sua própria culpa, seus próprios pecados e seus destinos selados em goles de um whisky envenenado. A narrativa mergulha sem piedade no grotesco, e a violência gráfica não é gratuita: ela traduz o caos emocional do narrador, sua perda de humanidade e a transição final para algo além da vida.

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O enredo costura memórias e ressentimentos com habilidade, revelando aos poucos as feridas abertas desde a infância. Relações familiares distorcidas, abuso emocional, adultério e até pedofilia se entrelaçam de forma perturbadora, compondo um retrato psicológico denso e desconfortável. Alice, figura materna, irmã adotiva, amante e traidora, personifica o ápice da obsessão e da desilusão de Darwin, culminando em uma cena de morte que mistura erotismo, repulsa e tristeza.

O que torna o capítulo ainda mais fascinante é o olhar onisciente que o narrador adquire após a morte, elevando-se com Death a uma espécie de divindade da destruição, observando com frieza os desdobramentos do massacre que orquestrou. A chegada da polícia, a investigação fracassada e o incêndio que consome o local são descritos com um sarcasmo sombrio, evidenciando o desprezo do narrador por protocolos e instituições humanas.

“A casa do medo – Rescaldo Mortal” é um mergulho em um horror psicológico e sobrenatural, onde a loucura, a dor e a morte se fundem de maneira quase poética. É o primeiro ponto de virada do livro — onde o humano é deixado para trás, e o peso das escolhas se transforma em um eco eterno nos corredores de uma casa assombrada por fantasmas, memórias e justiça distorcida.

Não deixe de acompanhar as próximas resenhas. Anastasis: almas telepáticas é um livro impactante e cheio de surpresas a cada novo capítulo e está disponível na Amazon e no site da Editora Grupo Hoffmann Littera. Adquira seu exemplar nas versões impressas e em ebook.

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Darwin. A oitava vida

O capítulo inicial de Anastasis: Almas Telepáticas traz o conto O gato, uma história perturbadora, com um final mais perturbador ainda. E é no segundo capítulo do livro, onde a sequencia intitulada “Darwin, a oitava vida”, que a história mergulha o leitor em um cenário impactante, denso e sombrio: uma chacina durante a noite de Natal, conduzida por Darwin, um jovem recluso, frustrado e traumatizado. O narrador, surpreendentemente, é Death, um gato fantasmagórico que acompanha Darwin como uma espécie de consciência ou entidade espiritual. Logo de início, a narrativa impressiona com descrições vívidas e cruas dos corpos inertes, vítimas de um envenenamento silencioso, fruto de uma mente que foi gradualmente quebrada ao longo dos anos.

A escrita apresenta uma estrutura que remete ao fluxo de consciência e quebra da linearidade temporal. Death nos guia por memórias entrelaçadas de infância, adolescência e juventude de Darwin, revelando o pano de fundo que o levou ao crime: negligência emocional, abuso sexual velado e explícito, traições familiares e isolamento existencial. O texto vai além do suspense psicológico e toca em temas profundos e perturbadores, como o incesto, a pedofilia, a manipulação e o desprezo parental.

A complexidade do protagonista é apresentada com cuidado: Darwin não é apenas um vilão, mas o resultado de um sistema familiar doentio. Sua obsessão pela morte, cultivada desde cedo nos laboratórios da escola e em experimentos com animais, cresce paralelamente à sua dor emocional. O aparecimento de Death, o gato que ele mesmo matou em sua infância e que retorna como uma entidade telepática, adiciona um elemento metafísico à narrativa, reforçando a linha tênue entre realidade, loucura e espiritualidade sombria.

O autor ousa construir uma atmosfera densa, de inquietação contínua, onde a vingança se torna quase poética, e a violência é justificada por um passado de abusos. O texto evoca emoções contraditórias: repulsa e empatia, choque e compaixão. O leitor não consegue desviar os olhos, mesmo diante das passagens mais perturbadoras.

Ao terminar o capítulo, é impossível não refletir sobre a natureza do mal, sobre o quanto a infância molda nossos demônios, e sobre o que significa, de fato, “renascer”. Darwin é uma alma quebrada, e Death, seu guia espectral, nos convida a mergulhar com eles nesse abismo psicológico, prometendo mais revelações sombrias nos capítulos seguintes.

Relação entre Anastasis: Almas Telepáticas e a série Adolescência (Netflix)

Tanto Anastasis quanto Adolescência exploram as dores invisíveis do crescimento, a crise da identidade e os traumas que se escondem sob a superfície da juventude. Apesar de suas abordagens distintas — o primeiro com uma narrativa marcada por violência simbólica e real, e o segundo com um drama mais introspectivo — ambos os universos compartilham um olhar profundo sobre o impacto da negligência emocional, dos abusos e da solidão no desenvolvimento de adolescentes.

Na série Adolescência, acompanhamos jovens lidando com problemas como ansiedade, depressão, bullying, conflitos familiares e o peso de expectativas sociais. A proposta é mostrar como esses fatores silenciosamente corroem a estabilidade emocional de indivíduos em formação. Há um esforço em humanizar as dores dos personagens, revelando como a adolescência pode ser um território de guerra interna.

Em Anastasis, desde o primeiro capítulo, Darwin representa esse mesmo arquétipo do adolescente à deriva — mas levado ao extremo. O que na série é contido em silêncios, diálogos ou pequenas fugas do cotidiano, no livro se transforma em uma tragédia brutal, onde a revolta e a dor encontram expressão através da violência. O massacre cometido por Darwin não surge como um ato isolado, mas como o ápice de uma vida marcada por traumas, abandono e distorções afetivas — temas que também atravessam Adolescência, mas com outra lente.

Ambas as obras questionam, de maneiras diferentes, o que acontece quando os sinais de sofrimento juvenil são ignorados. Em Adolescência, vemos as consequências emocionais dessa omissão. Em Anastasis, vemos a implosão total: a metamorfose do jovem ferido em um justiceiro distorcido. Em vez de cura, ele busca justiça com as próprias mãos, atravessando a linha entre vítima e algoz.

Outro ponto de conexão está na representação da intimidade como algo frágil e, muitas vezes, violado. Em Anastasis, essa violação é literal e devastadora — o trauma de abusos sexuais por parte de familiares é um dos pilares do colapso de Darwin. Em Adolescência, o corpo também é espaço de conflito e identidade, mas trabalhado de forma mais sutil, com foco na descoberta sexual, nos dilemas de gênero e nos limites do consentimento.

Ambas as obras servem como alertas, mostrando que o silêncio em torno dos traumas adolescentes pode gerar consequências irreversíveis. Se Adolescência oferece possibilidades de reconciliação e autocuidado, Anastasis nos lança em um mundo onde o abandono emocional gera monstros — ou talvez, almas que só queriam ser ouvidas antes de romperem por completo.

A história não termina aqui. apenas começa. Mais sobre Anastasis em breve. Baixe o livro, clicando aqui.

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Resenha: A Casa dos Sete Espelhos – Orlando Rodrigues

Orlando Rodrigues nos apresenta um thriller psicológico instigante e perturbador em A Casa dos Sete Espelhos, um conto que mergulha nas profundezas da psique humana e dos mistérios que cercam nossas percepções sobre a realidade. A história conduz o leitor por uma jornada de paixão, desejo, medo e insanidade, tendo como pano de fundo uma intrigante teoria filosófica baseada nos sete espelhos dos Essênios.

O protagonista, Olívio, vive um casamento aparentemente feliz com Jezebel, uma mulher apaixonada e intensa, cujo entusiasmo pela decoração de sua nova casa se torna um elemento central para a trama. No entanto, a instalação dos sete espelhos na residência serve como um catalisador para mudanças inesperadas em suas vidas. Esses objetos, inicialmente inofensivos e decorativos, passam a assumir um papel quase místico, refletindo não apenas a aparência, mas os conflitos internos e os pecados ocultos do casal.

Rodrigues habilmente constrói uma atmosfera de suspense ao transformar uma relação amorosa vibrante em um campo de batalha emocional. A paixão inicial dá lugar à rotina, ao ciúme e, posteriormente, à decadência moral de Olívio. Suas viagens de negócios se tornam pretextos para noites regadas a excessos, e suas inseguranças se refletem, literalmente, nos espelhos espalhados pela casa. As visões perturbadoras que ele começa a experimentar – Jezebel se entregando a figuras monstruosas e seus vizinhos participando de orgias demoníacas – são indícios da progressiva deterioração de sua sanidade mental.

O grande trunfo da narrativa está na forma como o autor trabalha a ambiguidade entre realidade e ilusão. A paranoia de Olívio cresce de maneira assustadora, levando-o a um surto psicótico que culmina na destruição dos espelhos e no assassinato brutal de sua esposa. Essa sequência é narrada com uma visceralidade impressionante, transportando o leitor para a mente fragmentada do protagonista e tornando palpável seu desespero e culpa.

O desfecho da obra é uma verdadeira síntese da loucura. Encarcerado, Olívio encara mais uma vez sua imagem refletida em um pequeno espelho da cela, onde escreve, com seu próprio sangue, o número 666 – uma alusão simbólica ao mal que ele acredita ter invocado. A escolha desse final reforça o caráter cíclico de sua obsessão e do seu destino trágico.

A Casa dos Sete Espelhos é uma leitura envolvente e intensa, que transita entre o horror psicológico e o suspense metafísico. Orlando Rodrigues entrega uma história poderosa sobre os limites da percepção e o peso de nossas próprias projeções. Uma obra recomendada para aqueles que apreciam narrativas inquietantes, cheias de simbolismo e repletas de tensão psicológica.

O conto faz parte da série Histórias de terror e mistério e está disponível em ebook na Amazon.

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Orlando Rodrigues: Uma Jornada Literária e Cultural. 

Orlando Rodrigues é um escritor, educador e produtor cultural brasileiro, cuja trajetória é marcada por uma dedicação incansável à literatura, à educação e à promoção cultural. Com formação em Administração de Empresas e especialização em Recursos Humanos, Orlando também possui um mestrado em Educação, refletindo sua paixão por compartilhar conhecimento e inspirar outros.

Atualmente, ele ocupa o cargo de presidente da ANEE (Associação Nacional de Escritores e Editoras), uma organização que desempenha um papel fundamental no fortalecimento da comunidade literária e no desenvolvimento profissional de escritores e editoras. Sob sua liderança, a ANEE tem promovido iniciativas que incentivam a criatividade e a inovação no cenário literário brasileiro.

Orlando Rodrigues se destaca por sua versatilidade, escrevendo tanto ficção quanto não ficção. Ele é especialmente conhecido por suas obras nos gêneros de suspense, mistério, terror e aventura policial. Suas publicações estão amplamente disponíveis em plataformas digitais, como a Amazon, onde ele oferece uma variedade de eBooks que cativam leitores com narrativas envolventes e bem elaboradas.

Além de sua atuação como escritor, Orlando é o fundador da ORTV, uma plataforma que combina cultura e entretenimento, oferecendo conteúdo diversificado e de alta qualidade. Ele também utiliza o canal do YouTube ORTV Web para compartilhar vídeos e interagir com seu público, ampliando seu alcance e impacto cultural.

Com mais de 40 anos de experiência profissional, Orlando já desempenhou diversos papéis, incluindo bancário, economiário, professor, palestrante e consultor. Essa vasta experiência contribuiu para sua visão ampla e multifacetada, que ele aplica em todas as suas iniciativas.

Orlando Rodrigues é um exemplo de dedicação e inovação, utilizando sua paixão pela literatura e pela educação para inspirar e transformar vidas. Para saber mais sobre suas obras e projetos, você pode visitar ORTVANEE, seu canal no YouTube e sua página de autor na Amazon.

Origem: Orlando Rodrigues: Uma Jornada Literária e Cultural. – ANEE CULTURA

Weber Santana: Finalista do Troféu Tiokô 2025

O cineasta e documentarista Weber Santana, conhecido também como Barão, é um dos finalistas ao Troféu Tiokô 2025 na categoria Cinema. Sua indicação é fruto de uma trajetória marcada pelo compromisso com a sétima arte e pelo impacto cultural de suas produções. Recentemente, Weber lançou o documentário Riquezas do Cerrado, um projeto que evidencia a diversidade e a importância do bioma para o Brasil e para o mundo.

O documentário tem sido amplamente reconhecido por sua abordagem sensível e informativa, trazendo à tona questões ambientais, sociais e econômicas que cercam o Cerrado. A produção conta com entrevistas de especialistas, imagens deslumbrantes da fauna e flora e depoimentos de comunidades locais que dependem desse ecossistema para sua sobrevivência. O impacto do trabalho de Weber Santana foi um dos fatores que o levaram a ser indicado para um dos prêmios culturais mais importantes do estado de Goiás.

O Troféu Tiokô, promovido pela União Brasileira de Escritores – Seção Goiás (UBE-GO), destaca profissionais que tiveram atuação significativa entre os anos de 2020 e 2024. A indicação de Weber é resultado de um processo democrático, onde os finalistas foram escolhidos por meio de votação aberta aos associados da UBE-GO. Agora, entre os dias 26 e 30 de março, ocorrerá a fase final da votação para definir os vencedores.

Em entrevista exclusiva para a edição especial de um ano da revista da ANEE, que será lançada em 4 de abril de 2025, Weber Santana compartilhou detalhes sobre sua trajetória e os desafios enfrentados na produção de Riquezas do Cerrado. Segundo ele, o documentário nasceu da necessidade de dar visibilidade às belezas naturais do Cerrado e, ao mesmo tempo, alertar sobre os perigos do desmatamento e das mudanças climáticas. “Nosso objetivo foi criar uma obra que servisse tanto como um registro histórico quanto como um chamado à consciência ambiental”, afirmou o cineasta.

Ao longo de sua carreira, Weber Santana tem se destacado por sua abordagem documental autêntica e engajada. Seus trabalhos anteriores também exploram temáticas sociais e culturais, consolidando sua posição como um dos principais cineastas documentaristas da atualidade no Brasil. Sua presença entre os finalistas do Troféu Tiokô 2025 é um reconhecimento da importância de sua contribuição para a arte e a cultura.

A comunidade cinematográfica e o público que acompanha o trabalho de Weber Santana aguardam com expectativa o resultado da premiação. Independente do resultado, sua indicação já representa uma vitória para o cinema documental brasileiro e um incentivo para futuras produções que abordem temáticas relevantes para a sociedade.

Os vencedores do Troféu Tiokô 2025 serão anunciados após a fase final de votação, e o evento de premiação promete ser um marco na cena cultural de Goiás. Enquanto isso, Riquezas do Cerrado segue conquistando público e crítica, reafirmando o talento e a dedicação de Weber Santana ao cinema brasileiro.

Origem: Weber Santana: Finalista do Troféu Tiokô 2025 na Categoria Cinema – ANEE CULTURA

Saiba mais em https://ortv.com.br/blog-5/

Quem tem medo do escuro?

“Medo de Escuro: A Mão de Baphomet” é um conto do escritor Orlando Rodrigues que mergulha profundamente nos recônditos da mente humana, explorando os limites entre a realidade e o imaginário. A narrativa acompanha uma protagonista sem nome e sem passado definido, que se vê aprisionada em um labirinto de lembranças fragmentadas e sensações perturbadoras. Sua luta constante para distinguir o real do ilusório cria uma atmosfera de tensão crescente, mantendo o leitor em estado de alerta.

O autor utiliza habilmente técnicas de monólogo interior e fluxo de consciência para revelar os pensamentos mais íntimos da personagem principal. Essa abordagem permite uma imersão total na psique da protagonista, fazendo com que o leitor experimente suas angústias e dúvidas de maneira visceral. As descrições vívidas e os flashes impressionistas contribuem para a construção de um ambiente onírico, onde passado e presente se entrelaçam de forma caótica.

O mito de Baphomet

A simbologia presente no conto é rica e multifacetada. O título faz referência direta a Baphomet, uma figura enigmática que tem sido associada a diversas interpretações ao longo dos séculos. Historicamente, Baphomet foi mencionado durante os julgamentos dos Cavaleiros Templários no século XIV, sendo descrito como um ídolo misterioso. Séculos depois, Eliphas Levi, em sua obra “Dogma e Ritual da Alta Magia”, apresentou uma representação de Baphomet como uma figura andrógina com cabeça de bode, incorporando elementos de dualidade e equilíbrio entre opostos. Essa imagem tornou-se icônica no ocultismo moderno.

No contexto do conto, a mão de Baphomet pode ser interpretada como uma metáfora para o desconhecido e o proibido, elementos que a protagonista teme e ao mesmo tempo é atraída. Essa dualidade reflete sua própria luta interna entre enfrentar seus medos ou sucumbir a eles. A escuridão, tanto literal quanto figurativa, serve como um espelho para suas inseguranças e traumas não resolvidos.

Passado reprimido

A narrativa também aborda temas universais como abandono, culpa e a busca por identidade. O estado mental conflituoso da protagonista decorre de sua dificuldade em se adaptar ao mundo ao seu redor, levando-a a uma espiral de desolação. Fantasmas de seu passado assombram seus pensamentos, mergulhando-a em um universo simbólico onde flashes de memórias felizes e angustiantes se alternam.

A estrutura do conto, com suas passagens fragmentadas e não lineares, espelha a mente tumultuada da protagonista. Essa escolha estilística desafia o leitor a montar o quebra-cabeça de sua história, incentivando uma leitura ativa e reflexiva. As transições abruptas entre diferentes estados de consciência e tempo reforçam a sensação de desorientação, alinhando forma e conteúdo de maneira eficaz.

Labirintos da mente

Em suma, “Medo de Escuro: A Mão de Baphomet” é uma obra que convida o leitor a uma jornada introspectiva pelos labirintos da mente humana. Com uma prosa envolvente e carregada de simbolismo, o autor constrói uma narrativa que permanece com o leitor muito depois da última página, instigando reflexões sobre os medos que habitam nossa psique e a eterna luta entre luz e escuridão dentro de nós.

Medo de Escuro: a mão de Baphomet pode ser adquirido ou baixado gratuitamente por assinantes do Kindle clicando aqui,

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Riquezas do cerrado. O filme.

O documentário Riquezas do Cerrado, dirigido pelo cineasta goiano Weber Santana, apresenta um olhar profundo sobre a biodiversidade e a riqueza natural desse bioma tão importante para o Brasil. Motivado por sua conexão com a região desde a infância, Santana decidiu criar o filme para conscientizar o público sobre a necessidade urgente de preservação do Cerrado.

Inicialmente planejado como um curta-metragem, o projeto se expandiu para um longa devido à vastidão de histórias, paisagens e elementos essenciais a serem abordados. O filme retrata não apenas a flora e fauna do Cerrado, mas também a relação das comunidades locais com o bioma, destacando o uso tradicional de frutas, plantas medicinais e a cultura dos habitantes da região.

Desafios da produção

Durante as filmagens, um dos principais desafios enfrentados pela equipe foi a acessibilidade aos locais de gravação, muitas vezes distantes e de difícil acesso. Carregar equipamentos pesados por trilhas e lidar com condições climáticas adversas foram apenas alguns dos obstáculos superados para capturar imagens impactantes. Um dos momentos mais marcantes da produção foi a gravação na Gruta das Araras, em Serranópolis, onde a equipe precisou negociar acesso para registrar o local.

Degradação ambiental x comunidade nativa

O documentário evidencia os impactos ambientais negativos no Cerrado, como o desmatamento descontrolado, a degradação das matas ciliares e a ameaça aos recursos hídricos. Weber Santana enfatiza que o agronegócio tem seu papel econômico, mas precisa ser conduzido de forma sustentável, respeitando os limites naturais.

Outro ponto central do filme é a importância das comunidades tradicionais para a preservação do bioma. Povos como os Kalungas, ribeirinhos e extrativistas exercem um papel fundamental na manutenção do Cerrado, pois utilizam seus recursos de maneira equilibrada e atuam como guardiões da biodiversidade.

Aceitação do público

Desde seu lançamento, Riquezas do Cerrado tem recebido feedback positivo, emocionando o público com suas belas imagens e relatos envolventes. Muitos espectadores destacam a clareza da mensagem e a necessidade urgente de ações efetivas para evitar a destruição do bioma.

Atualmente, Weber Santana está finalizando um novo documentário sobre o Rio Caiapó, que retrata a situação crítica do curso d’água, ameaçado por barragens e impactos ambientais. Sua mensagem final reforça que a preservação do Cerrado depende do comprometimento coletivo, incluindo políticas públicas eficazes, ações individuais conscientes e a valorização da cultura e tradição dos povos que ali vivem.

Onde assistir

Assista a íntegra do documentário no canal do YouTube da Catira Filmes, clicando aqui.

Assista o documentário também aqui na ORTVWEB. Assine o blog e acompanhe as postagens.