100% de aproveitamento na aprovação de projetos culturais

A OR PRODUÇÕES – ORLANDO BARBOSA RODRIGUES MEI – tem se destacado pela excelência na elaboração e aprovação de projetos culturais nas principais leis de incentivo à cultura do país. Com um índice de aproveitamento de 100%, a empresa já aprovou 6 projetos por meio do SALICWEB, dentro da Lei Rouanet, e outros 9 projetos nas Leis do Audiovisual e Rouanet via plataforma SAD ANCINE DIGITAL

Embora não atue na captação de recursos, a OR PRODUÇÕES comprova sua eficiência e domínio técnico em todas as etapas de planejamento e submissão de propostas. Esse desempenho reflete o comprometimento com a qualidade e a viabilidade dos projetos apresentados, que juntos já ultrapassam o montante de R$ 10 milhões em valores aprovados.

Projetos com garantia de aprovação

A experiência acumulada e os resultados concretos tornam a OR PRODUÇÕES uma parceira estratégica para produtores culturais, artistas e instituições que desejam ter seus projetos aprovados nas Leis de Incentivo. A excelência no desenvolvimento de propostas é uma marca da empresa, que oferece consultoria especializada, respeitando rigorosamente os critérios técnicos e legais exigidos pelos órgãos de fomento.

Profissionais e empresas que buscam viabilizar seus projetos culturais com segurança, clareza e profissionalismo encontram na OR PRODUÇÕES uma referência no setor.

Leis de incentivo

As leis de incentivo à cultura são mecanismos criados pelo governo brasileiro para fomentar a produção cultural no país, permitindo que empresas e pessoas físicas destinem parte de seus impostos para apoiar projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura e pela ANCINE (Agência Nacional do Cinema).

A Lei Rouanet (Lei nº 8.313/1991) é o principal instrumento de incentivo à cultura no Brasil. Ela permite que os proponentes – artistas, produtores e instituições – submetam seus projetos para análise e, se aprovados, possam captar recursos junto à iniciativa privada, que deduzirá parte desse investimento do Imposto de Renda devido. A lei abrange diversas áreas culturais, como música, teatro, literatura, artes visuais, patrimônio e museologia.

Já a Lei do Audiovisual (Lei nº 8.685/1993), operada principalmente pela ANCINE, é voltada especificamente para a produção, distribuição e exibição de obras audiovisuais brasileiras. Ela permite incentivos por meio de diferentes artigos, como o artigo 1º, que trata do abatimento de Imposto de Renda por pessoas jurídicas, e o artigo 3º-A, que possibilita o investimento direto de empresas em projetos audiovisuais com retorno financeiro, além do benefício fiscal.

Essas leis funcionam como importantes ferramentas de democratização do acesso à cultura, permitindo que projetos que muitas vezes não teriam viabilidade comercial sejam realizados. Para isso, é fundamental contar com uma assessoria qualificada, como a da OR PRODUÇÕES, que conhece profundamente os critérios técnicos e jurídicos necessários para aprovação dos projetos e maximização das chances de captação.

Quer saber mais, escreva para contato@ortv.com.br.

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Resenha: Inferno 70 – Orlando Rodrigues

Inferno 70 é um romance impactante, visceral e cinematográfico que mergulha o leitor no coração de um Brasil marcado por euforia esportiva, repressão política e contradições sociais. Adaptado de um roteiro de Luiz Cesar Rangel, o livro de Orlando Rodrigues transforma o texto original em uma obra literária madura e provocadora, que mescla ficção histórica com crítica social de maneira contundente.

A trama se desenrola em plena Copa do Mundo de 1970, quando o país vibra com os dribles de Pelé, mas vive sob o peso da ditadura militar. É nesse contexto ambíguo que um grupo de jovens militantes arma um assalto a banco, acreditando estar participando de um ato revolucionário. O que começa com entusiasmo logo deságua em paranoia, traições e violência, revelando o abismo entre o idealismo e a brutalidade dos fatos.

Rodrigues conduz o leitor por ambientes densos e bem construídos, como a agência bancária prestes a explodir em caos, uma praça interiorana onde um homem cego canta e pressente o colapso, ou o abrigo rural onde os fugitivos tentam recompor seus planos — e suas sanidades. O estilo narrativo é sensorial, muitas vezes poético, com passagens de grande lirismo intercaladas a momentos brutais e desesperadores.

A força do livro está também nos diálogos afiados e na tensão crescente entre os personagens. Marisa, Marcos, Paulo e Carlos não são apenas militantes — são seres humanos complexos, dilacerados por dúvidas, orgulho e medo. Suas relações, marcadas por machismo, desconfiança e utopia, revelam os conflitos internos de uma geração perdida entre o desejo de mudança e a crueza da repressão.

O texto homenageia o cinema em sua estrutura: cada capítulo funciona como uma sequência bem marcada, com cortes secos, planos emocionais e clímax intensos. Mas é na literatura que ele ganha alma: o olhar do cego, a melodia interrompida, a poeira da estrada e o cheiro de papel queimado são imagens que fixam no leitor como cicatrizes.

Inferno 70 não é apenas uma história sobre um assalto. É uma poderosa alegoria sobre o Brasil que sonhou com liberdade enquanto era sufocado pela ordem. Uma leitura urgente, para não esquecer que toda festa pode esconder um funeral.

O livro está disponível em ebook na Amazon que pode ser baixado clicando aqui, enquanto o filme encontra-se em fase de pré-produção e captação de recursos para a sua produção que pretende ser uma super produção do cinema nacional.

O projeto está aprovado pela ANCINE para captação de recursos por meio de Leis de incentivo.

Os investidores interessados podem contactar a produtora cinekuanon@outlook.com.

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Clássicos do Cinema na WebTV

A ORTVWEB, WebTV voltada à difusão de conteúdo audiovisual e cultural, passa a oferecer gratuitamente ao público uma nova programação de filmes online. Entre os títulos disponíveis, muitos fazem parte do acervo de domínio público, proporcionando acesso democrático a obras de grande relevância histórica e artística. A iniciativa representa um esforço consistente de preservação da memória cinematográfica e de valorização de produções nacionais e internacionais que marcaram época.

Clássicos

Um dos destaques da nova grade é Drácula, clássico de 1931 baseado na obra de Bram Stoker, dirigido por Tod Browning e estrelado por Bela Lugosi. Este filme é considerado um marco no gênero do terror, tendo estabelecido padrões visuais e narrativos que influenciaram décadas de produções posteriores. A atuação hipnótica de Lugosi e a atmosfera sombria do longa continuam a fascinar novas gerações, mostrando a força do cinema clássico quando exposto em plataformas acessíveis.

A programação da WebTv também abre espaço para o primeiro episódio de Perdidos no Espaço (Lost in Space), série de ficção científica exibida originalmente na década de 1960. Este episódio piloto permite ao espectador revisitar o encantamento das primeiras incursões televisivas no gênero sci-fi, com seus efeitos especiais artesanais e roteiros que misturam aventura e crítica social.

Filmes brasileiros

No cinema brasileiro, a ORTVWEB oferece três títulos de peso. Vera (1987), dirigido por Sérgio Toledo, traz uma interpretação magistral de Ana Beatriz Nogueira no papel de uma jovem transmasculina, num drama sensível e pioneiro ao abordar identidade de gênero no país. O filme foi amplamente premiado, incluindo o Urso de Prata em Berlim.

Outro clássico disponível na WebTV é Pixote: A Lei do Mais Fraco (1981), de Hector Babenco. Um retrato cru da infância marginalizada no Brasil urbano, o longa se mantém atual e poderoso em sua denúncia social. A atuação do jovem Fernando Ramos da Silva permanece como um dos grandes momentos do cinema nacional.

Fechando a seleção, está A Hora da Estrela (1985), adaptação da obra de Clarice Lispector, dirigida por Suzana Amaral. O filme acompanha a trajetória de Macabéa, uma jovem nordestina vivendo no Rio de Janeiro, em meio à invisibilidade social e emocional. Com uma atuação comovente de Marcélia Cartaxo, que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz em Berlim, o longa é um marco do cinema sensível e autoral brasileiro.

Domínio Público

Streaming é cultura

Com essa curadoria diversificada, a ORTVWEB reafirma seu compromisso com a cultura, através do streaming ao mesmo tempo em que convida os espectadores a uma jornada cinematográfica que combina entretenimento, reflexão e redescoberta de clássicos, assim como um espaço de resistência e celebração da arte audiovisual.

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Resenha: O Iluminado (1980), de Stanley Kubrick

Adaptado do romance homônimo de Stephen King, O Iluminado (1980) é uma das obras-primas do diretor Stanley Kubrick e um marco incontestável do cinema de terror psicológico. O filme acompanha Jack Torrance (Jack Nicholson), um aspirante a escritor que aceita o trabalho de zelador de inverno no isolado Hotel Overlook, levando sua esposa Wendy (Shelley Duvall) e seu filho Danny (Danny Lloyd). No isolamento e sob a influência maléfica do hotel, Jack gradualmente mergulha na loucura, ameaçando a vida de sua família.

Kubrick transforma o terror tradicional em uma experiência opressiva, onde o medo não se baseia apenas em sustos repentinos, mas no clima crescente de desconforto e na sensação de que algo profundamente errado permeia cada ambiente. A fotografia é brilhante: os longos corredores simétricos, a paleta fria de cores e a câmera flutuante de Garrett Brown, usando a recém-inventada Steadicam, criam uma atmosfera de alienação e claustrofobia que prende o espectador do início ao fim.

A atuação de Jack Nicholson é icônica, equilibrando charme, humor sinistro e desvario absoluto. Sua transformação gradual é desconcertante, especialmente por não haver um momento claro de ruptura — o mal parece já residir em Jack desde o começo. Shelley Duvall entrega uma atuação visceral e vulnerável, profundamente afetada pela tensão real dos bastidores, uma escolha de direção de Kubrick que gera debates até hoje sobre seus métodos cruéis de extração de performance.

Embora Stephen King tenha criticado a adaptação por se afastar do tom mais emocional e compassivo de seu romance, Kubrick propositalmente cria uma história mais ambígua e enigmática, onde os temas de isolamento, alcoolismo e insanidade são mais secos e cruéis. O “iluminar” de Danny, a habilidade psíquica de enxergar horrores passados e futuros, é tratado de maneira quase secundária, reforçando a ideia de que o mal no Overlook é tanto sobrenatural quanto humano.

A trilha sonora dissonante e experimental contribui para o sentimento constante de ansiedade. Cada batida, cada som ambiente, potencializa a paranoia. O final aberto, com sua fotografia enigmática de 1921, permanece como um dos grandes enigmas da história do cinema.

Em suma, O Iluminado é mais do que uma adaptação literária; é uma experiência cinematográfica única, que transcende o gênero de horror. Kubrick entrega um filme que, como o próprio Hotel Overlook, prende o espectador em seus corredores infinitos de medo e loucura, tornando-se uma obra eternamente fascinante e assustadora.

Assista O iluminado clicando aqui.

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Drácula de Bram Stoker – o filme de 1931

 


Lançado em 1931, o filme Drácula, dirigido por Tod Browning, é uma das adaptações mais icônicas do romance de Bram Stoker, imortalizado principalmente pela atuação marcante de Bela Lugosi no papel do Conde Drácula. Produzido pela Universal Pictures, o longa foi um dos primeiros filmes sonoros de terror e marcou o início da chamada “Era de Ouro dos Monstros” da Universal. A performance hipnótica e elegante de Lugosi deu ao personagem uma identidade definitiva, tornando-se referência estética e dramática para todas as futuras encarnações do vampiro.

A história gira em torno do misterioso conde da Transilvânia, que viaja para Londres com o objetivo de expandir seu domínio sobre os vivos. Sua chegada coincide com eventos sombrios, mortes inexplicáveis e o início do tormento da jovem Mina, que se torna objeto de seu fascínio sobrenatural. O Professor Van Helsing surge como o contraponto científico e espiritual de Drácula, buscando maneiras de detê-lo e salvar as vítimas de seu feitiço.

A atmosfera do filme é profundamente marcada pelo expressionismo alemão, influência trazida por muitos profissionais do cinema europeu que migraram para Hollywood na época. Os jogos de luz e sombra, os cenários góticos e a trilha sonora minimalista — com longos momentos de silêncio — criam uma sensação constante de tensão e mistério. O olhar penetrante de Lugosi, seu sotaque húngaro e sua fala pausada ajudaram a consolidar a imagem clássica do vampiro aristocrático, elegante e assustador.

Apesar de não seguir à risca o romance de Stoker, o filme conseguiu captar sua essência: o medo do desconhecido, a sensualidade soturna e a luta entre o bem e o mal. Drácula também teve impacto duradouro na cultura popular, influenciando não apenas o cinema, mas também a literatura, os quadrinhos e a música. Bela Lugosi tornou-se um ícone do terror, embora tenha sido, em certo ponto, aprisionado pelo próprio personagem.

Mais do que um filme de terror, Drácula é um marco do cinema e uma obra que sobrevive ao tempo. Com sua aura de mistério, simbolismo e atuação memorável, segue fascinando gerações, reafirmando o poder do mito vampírico no imaginário coletivo.

Assista o filme clicando aqui.

 

Anastasis. Crime castigo.

Anastasis traz uma potente e sombria sequência onde adentramos territórios ainda mais densos da espiritualidade, justiça cósmica e da vingança sobrenatural, conduzidos pela figura enigmática e sedutora de Alice — agora, um espírito com contas a acertar.

O retorno de Alice marca o início de uma série de encontros fatais com homens que, em vida, foram marcados por perversões, abusos de poder e omissões morais. Esses capítulos apresentam um tom mais visceral e psicológico, aprofundando-se nas memórias, nos traumas e nas perversões humanas com uma frieza quase clínica, sem abrir mão do lirismo sombrio que caracteriza a narrativa.

O primeiro a ser visitado por Alice é Adelson, um pastor evangélico que converteu-se após uma juventude marcada por abusos e crimes. Contudo, sua redenção escondia um ciclo silencioso de novas violações. Alice, vestida de sensualidade e mistério, manifesta-se através do corpo da jovem Juliana, e o confronto entre o sagrado e o profano culmina em uma morte brutal que parece tão inevitável quanto simbólica — um autojulgamento executado por sua própria consciência, encarnada na figura demoníaca de Alice.

Em seguida, mergulhamos na vida de Jair, funcionário do Senado e produtor amador de filmes pornográficos com menores. Aqui, o horror se torna mais explícito e angustiante. A punição vem de forma poética e cruel: as mesmas fitas que registravam seus crimes tornam-se os instrumentos de sua morte, como se as imagens quisessem cobrar, quadro a quadro, a dor dos corpos violados. A cena de sua morte é tão gráfica quanto simbólica: o erotismo transformado em agonia, o voyeurismo virando o olhar para si mesmo.

Jonas, o terceiro a ser visitado, representa o deboche da elite criminosa, envolvida em festas ilícitas, exploração sexual e fraudes políticas. Em um cenário que mistura hedonismo e decadência, Alice surge como uma figura quase mitológica, em meio a uma festa temática das cavernas, e o transforma em tocha viva, incendiando não apenas seu corpo, mas tudo o que simbolizava sua impunidade.

Por fim, temos o capítulo mais melancólico de Anastasis, o de Antônio, um velho apaixonado por Alice em vida, que envelheceu preso à culpa e ao vazio deixado por sua morte. Aqui, a justiça se manifesta de forma mais sutil e compassiva. Não há horror explícito, mas sim uma lenta e dolorosa dissolução da mente e da identidade — uma espécie de morte em vida, marcada pelo arrependimento e pelo esquecimento.

Nessa sequência de Anastasis, a narrativa atinge um novo patamar de densidade emocional e moral. Alice não é apenas um fantasma ou espírito vingador — ela é o espelho que devolve a imagem real daquilo que os vivos escondem. E com ela, seus julgamentos não seguem as leis humanas, mas sim uma lógica espiritual, instintiva e profundamente justa, ainda que cruel.

As cenas se entrelaçam como pequenos contos de horror moderno, onde cada “cobrança” é também uma revelação. A leitura é incômoda e fascinante, carregada de tensão erótica, crítica social e uma espiritualidade sombria. Alice, nesse retorno, não busca apenas vingar-se. Ela mostra que o além é menos distante do que imaginamos — e que algumas dívidas nunca deixam de ser cobradas.

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O retorno de Alice

Em O Retorno de Alice, sequência poderosa da obra Anastasis: Almas Telepáticas, o leitor é lançado num mergulho vertiginoso entre vida, morte e transcendência, onde o tempo se desfaz, os sentidos se tornam inúteis e a alma assume o protagonismo da existência. Narrado por um personagem que já não pertence ao mundo dos vivos, o capítulo se desenrola como um delírio lúcido, recheado de críticas sociais, revelações familiares, e um suspense sombrio sobre culpa, desejo, e redenção.

Darwin, nosso narrador, morto mas onisciente, perambula pelo limiar entre passado e presente na companhia de Death, seu antigo gato – agora um ser espiritual de profunda importância simbólica. Juntos, observam (e influenciam) os acontecimentos que precederam e sucederam a morte de Alice, figura trágica e complexa, que foi babá, amante e pivô silenciosa de dramas familiares e morais profundos. Alice, embora morta, retorna não apenas como presença, mas como força, como ajuste de contas com o passado e seus algozes.

Com narrativa carregada de crítica social e tensão psicológica, o autor expõe o machismo velado da elite brasileira, a hipocrisia moral da classe média tradicional e os abusos sexuais silenciados por décadas. A adoção de Alice, supostamente por benevolência, revela-se instrumento de exploração. Os vizinhos, figuras respeitáveis à luz do dia, tornam-se predadores sombrios à noite. A própria família do protagonista está envolta em traições, abandono afetivo e uma frieza emocional brutal.

Neste capítulo, a morte é tratada não como fim, mas como um novo estado de consciência. A escrita flerta com o sobrenatural, com tons góticos e espirituais, lembrando autores como Poe e Márquez, ao mesmo tempo em que carrega um senso de justiça tardia – quase kármica. A vingança aqui não se realiza com violência gratuita, mas por meio de uma lógica transcendental onde cada ato encontra seu peso no além.

Destaque para a construção lírica e filosófica da narrativa, que desafia as noções comuns de tempo, moralidade e existência. A voz do narrador morto é serena, mas carregada de ironia e desencanto. As imagens criadas – como a morte do pai durante a ceia natalina, ou o corpo caído em posição de cópula sobre o amante da mãe e seu melhor amigo  – são poderosas, perturbadoras e simbólicas.

O Retorno de Alice não é apenas uma continuação; é um manifesto contra os fantasmas reais da sociedade, e um convite ao leitor: para além do medo da morte, existe a necessidade de encarar os mortos-vivos do passado. Aqueles cujas almas clamam por escuta.

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Novelização. Você já ouviu falar?

A novelização (do inglês novelization) é o processo de adaptação de um roteiro audiovisual — geralmente de um filme, série ou jogo — para o formato literário, transformando a narrativa originalmente escrita para a tela em um romance. Diferente de uma simples transcrição, a novelização busca expandir o universo da obra original, adicionando elementos como pensamentos internos dos personagens, descrições aprofundadas de ambientes, passagens cortadas do roteiro e até cenas inéditas.

Embora o roteiro sirva como base estrutural, a novelização exige um trabalho criativo e literário significativo, já que o autor precisa traduzir linguagem cinematográfica em prosa, tornando visual e sonoro algo que será experimentado apenas por meio da leitura.

Esse tipo de adaptação tornou-se popular especialmente a partir das décadas de 1970 e 1980, com o sucesso de franquias como Star Wars, Alien e Indiana Jones. A prática permite que fãs explorem camadas narrativas que o tempo limitado do filme ou da série muitas vezes não permite mostrar. Além disso, é uma forma de manter o interesse pelo universo ficcional entre lançamentos.

Importante destacar que a novelização não é fanfic: ela requer autorização legal dos detentores dos direitos da obra original. Em muitos casos, os autores contratados não participaram da criação do roteiro, mas recebem acesso a ele para adaptá-lo em formato de romance.

Assim, a novelização ocupa um espaço único entre literatura e audiovisual: é ao mesmo tempo uma obra derivada e uma criação literária independente, com potencial de enriquecer e ampliar a experiência narrativa do público.

Exemplos de roteiros que se transformaram em livro

Contudo são pouquíssimos os exemplos existentes no mundo conforme abaixo:

Exemplos Reais e Inspirações – Novelização

Filme/Franquia Autor do Roteiro Autor da Novelização Observações
Star Wars (IV, V, VI) George Lucas Alan Dean Foster, James Kahn Foster escreveu como “Lucas” no primeiro.
Alien Dan O’Bannon Alan Dean Foster Sucesso cult, o livro aprofunda emoções.
E.T. Melissa Mathison William Kotzwinkle Muito lírico, ampliou o ponto de vista.
Gremlins Chris Columbus George Gipe Adiciona elementos que não aparecem no filme.
Back to the Future Zemeckis & Gale George Gipe Lançado junto com o filme em 1985.

Fonte: ChatGPT

Novelização no Brasil

No Brasil também existem exemplos de novelizações, embora essa prática seja menos comum do que nos Estados Unidos. Por aqui, as adaptações literárias geralmente partem de novelas, filmes ou séries de grande sucesso — e muitas vezes são feitas por escritores contratados, e não pelos roteiristas originais.

Cidade de Deusde filme para romance e vice-versa

  • Filme (2002): dirigido por Fernando Meirelles, com roteiro de Bráulio Mantovani.

  • Romance: a origem é o livro de Paulo Lins (1997), mas depois do sucesso do filme, houve reedições com novas capas e grande alcance internacional.

  • Ainda que o caminho tenha sido do livro para o filme, o romance ganhou aspectos de “novelização expandida” por causa do impacto do cinema, e muitos leitores vieram à obra depois de ver o filme.


O Auto da Compadecidaversão romanceada da peça adaptada na TV e no cinema

  • Originalmente uma peça teatral de Ariano Suassuna.

  • Após o sucesso das versões audiovisuais (especialmente a minissérie da Globo e o filme de 2000), foram publicadas edições literárias baseadas nessas versões, com estrutura mais narrativa e prosaica do que a peça original.


Se Eu Ficar / Para Sempre Alice / A Culpa é das Estrelasnovelizações e traduções com base em filmes

  • Apesar de serem obras internacionais, editoras brasileiras costumam publicar versões literárias com capas do filme, e em alguns casos, com trechos adaptados conforme o roteiro.

  • Algumas dessas edições funcionam como semi-novelizações “oficiais” para o público brasileiro.


Carandiru – O Filme: O Livro Oficial do Filme

  • Embora o livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella, tenha originado o filme (2003), a edição especial lançada após o filme incluiu conteúdo exclusivo do roteiro cinematográfico.

  • É um caso híbrido: o filme nasce do livro, mas depois o livro é relançado com ares de novelização.


Casos especiais: adaptações de novelas da TV Globo

  • Algumas novelas de grande sucesso viraram livros — e, em muitos casos, esses livros foram escritos por outros autores com base nos roteiros originais.

    • Ex: Escrava Isaura, Gabriela, Vale Tudo, Senhora do Destino.

As citações acima referentes à novelização do Brasil, entretanto, não são, necessariamente,  livros escritos, a partir de um roteiro de filme, algo que se pode dizer inédito.

Raro e possivelmente inédito no Brasil

Em fase de final de editoração para publicação, o livro intitulado Pacto entre Canalhas, cuja história original, um roteiro homônimo de autoria do cineasta Luiz Cesar Rangel, está prestes a ser lançado.

O livro em coautoria com o escritor Orlando Rodrigues deve expandir a estatística da novelização no Brasil. Até porque, o filme Pacto entre Canalhas produzido pela Cine Kua Non e dirigido por Luiz Cesar Rangel também está em fase de finalização.

Isso significa que as duas obras podem figurar como marcos históricos neste estilo de produção cultural nacional.

Como Funciona a Novelização de Roteiros (Sem Ser o Autor Original)

1. Autorização é essencial

  • Se o roteiro já pertence a alguém (cineasta, estúdio, produtor), você precisa de autorização oficial para transformá-lo em romance.

  • Isso pode vir por meio de:

    • um contrato com o estúdio/detentor dos direitos,

    • ou se o roteiro for de domínio público, o que é raro para obras modernas.

2. Caso tenha acesso informal ao roteiro (com permissão)

  • Se você conhece um cineasta ou roteirista e ele te autoriza formalmente a adaptar a obra, vocês podem firmar um contrato de colaboração.

  • Você se torna o autor do romance baseado na ideia dele.

3. Autoria no crédito

  • O crédito geralmente vai assim:

    • Baseado no roteiro de [NOME DO ROTEIRISTA]

    • Romance por [SEU NOME]

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A casa do medo – Rescaldo Mortal.

A casa do medo – Rescaldo Mortal é o terceiro capítulo do livro Anastasis: almas telepáticas. Neste capítulo impactante e visceral, somos tragados por uma narrativa carregada de dor, vingança e insanidade. A casa do medo – Rescaldo Mortal” é mais do que uma sequência de mortes brutais — é o retrato angustiante de um espírito dilacerado por abandono, rejeição e traumas profundamente enraizados.

Darwin, o protagonista, guiado por Death — um gato fantasma que carrega as marcas de uma morte cruel e simbólica — conduz o leitor a um ritual sangrento de acerto de contas, arquitetado com precisão científica e alimentado por emoções corroídas. Cada personagem presente na fatídica ceia de Natal tem sua própria culpa, seus próprios pecados e seus destinos selados em goles de um whisky envenenado. A narrativa mergulha sem piedade no grotesco, e a violência gráfica não é gratuita: ela traduz o caos emocional do narrador, sua perda de humanidade e a transição final para algo além da vida.

Clique na imagem para baixar o ebook.

O enredo costura memórias e ressentimentos com habilidade, revelando aos poucos as feridas abertas desde a infância. Relações familiares distorcidas, abuso emocional, adultério e até pedofilia se entrelaçam de forma perturbadora, compondo um retrato psicológico denso e desconfortável. Alice, figura materna, irmã adotiva, amante e traidora, personifica o ápice da obsessão e da desilusão de Darwin, culminando em uma cena de morte que mistura erotismo, repulsa e tristeza.

O que torna o capítulo ainda mais fascinante é o olhar onisciente que o narrador adquire após a morte, elevando-se com Death a uma espécie de divindade da destruição, observando com frieza os desdobramentos do massacre que orquestrou. A chegada da polícia, a investigação fracassada e o incêndio que consome o local são descritos com um sarcasmo sombrio, evidenciando o desprezo do narrador por protocolos e instituições humanas.

“A casa do medo – Rescaldo Mortal” é um mergulho em um horror psicológico e sobrenatural, onde a loucura, a dor e a morte se fundem de maneira quase poética. É o primeiro ponto de virada do livro — onde o humano é deixado para trás, e o peso das escolhas se transforma em um eco eterno nos corredores de uma casa assombrada por fantasmas, memórias e justiça distorcida.

Não deixe de acompanhar as próximas resenhas. Anastasis: almas telepáticas é um livro impactante e cheio de surpresas a cada novo capítulo e está disponível na Amazon e no site da Editora Grupo Hoffmann Littera. Adquira seu exemplar nas versões impressas e em ebook.

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Darwin. A oitava vida

O capítulo inicial de Anastasis: Almas Telepáticas traz o conto O gato, uma história perturbadora, com um final mais perturbador ainda. E é no segundo capítulo do livro, onde a sequencia intitulada “Darwin, a oitava vida”, que a história mergulha o leitor em um cenário impactante, denso e sombrio: uma chacina durante a noite de Natal, conduzida por Darwin, um jovem recluso, frustrado e traumatizado. O narrador, surpreendentemente, é Death, um gato fantasmagórico que acompanha Darwin como uma espécie de consciência ou entidade espiritual. Logo de início, a narrativa impressiona com descrições vívidas e cruas dos corpos inertes, vítimas de um envenenamento silencioso, fruto de uma mente que foi gradualmente quebrada ao longo dos anos.

A escrita apresenta uma estrutura que remete ao fluxo de consciência e quebra da linearidade temporal. Death nos guia por memórias entrelaçadas de infância, adolescência e juventude de Darwin, revelando o pano de fundo que o levou ao crime: negligência emocional, abuso sexual velado e explícito, traições familiares e isolamento existencial. O texto vai além do suspense psicológico e toca em temas profundos e perturbadores, como o incesto, a pedofilia, a manipulação e o desprezo parental.

A complexidade do protagonista é apresentada com cuidado: Darwin não é apenas um vilão, mas o resultado de um sistema familiar doentio. Sua obsessão pela morte, cultivada desde cedo nos laboratórios da escola e em experimentos com animais, cresce paralelamente à sua dor emocional. O aparecimento de Death, o gato que ele mesmo matou em sua infância e que retorna como uma entidade telepática, adiciona um elemento metafísico à narrativa, reforçando a linha tênue entre realidade, loucura e espiritualidade sombria.

O autor ousa construir uma atmosfera densa, de inquietação contínua, onde a vingança se torna quase poética, e a violência é justificada por um passado de abusos. O texto evoca emoções contraditórias: repulsa e empatia, choque e compaixão. O leitor não consegue desviar os olhos, mesmo diante das passagens mais perturbadoras.

Ao terminar o capítulo, é impossível não refletir sobre a natureza do mal, sobre o quanto a infância molda nossos demônios, e sobre o que significa, de fato, “renascer”. Darwin é uma alma quebrada, e Death, seu guia espectral, nos convida a mergulhar com eles nesse abismo psicológico, prometendo mais revelações sombrias nos capítulos seguintes.

Relação entre Anastasis: Almas Telepáticas e a série Adolescência (Netflix)

Tanto Anastasis quanto Adolescência exploram as dores invisíveis do crescimento, a crise da identidade e os traumas que se escondem sob a superfície da juventude. Apesar de suas abordagens distintas — o primeiro com uma narrativa marcada por violência simbólica e real, e o segundo com um drama mais introspectivo — ambos os universos compartilham um olhar profundo sobre o impacto da negligência emocional, dos abusos e da solidão no desenvolvimento de adolescentes.

Na série Adolescência, acompanhamos jovens lidando com problemas como ansiedade, depressão, bullying, conflitos familiares e o peso de expectativas sociais. A proposta é mostrar como esses fatores silenciosamente corroem a estabilidade emocional de indivíduos em formação. Há um esforço em humanizar as dores dos personagens, revelando como a adolescência pode ser um território de guerra interna.

Em Anastasis, desde o primeiro capítulo, Darwin representa esse mesmo arquétipo do adolescente à deriva — mas levado ao extremo. O que na série é contido em silêncios, diálogos ou pequenas fugas do cotidiano, no livro se transforma em uma tragédia brutal, onde a revolta e a dor encontram expressão através da violência. O massacre cometido por Darwin não surge como um ato isolado, mas como o ápice de uma vida marcada por traumas, abandono e distorções afetivas — temas que também atravessam Adolescência, mas com outra lente.

Ambas as obras questionam, de maneiras diferentes, o que acontece quando os sinais de sofrimento juvenil são ignorados. Em Adolescência, vemos as consequências emocionais dessa omissão. Em Anastasis, vemos a implosão total: a metamorfose do jovem ferido em um justiceiro distorcido. Em vez de cura, ele busca justiça com as próprias mãos, atravessando a linha entre vítima e algoz.

Outro ponto de conexão está na representação da intimidade como algo frágil e, muitas vezes, violado. Em Anastasis, essa violação é literal e devastadora — o trauma de abusos sexuais por parte de familiares é um dos pilares do colapso de Darwin. Em Adolescência, o corpo também é espaço de conflito e identidade, mas trabalhado de forma mais sutil, com foco na descoberta sexual, nos dilemas de gênero e nos limites do consentimento.

Ambas as obras servem como alertas, mostrando que o silêncio em torno dos traumas adolescentes pode gerar consequências irreversíveis. Se Adolescência oferece possibilidades de reconciliação e autocuidado, Anastasis nos lança em um mundo onde o abandono emocional gera monstros — ou talvez, almas que só queriam ser ouvidas antes de romperem por completo.

A história não termina aqui. apenas começa. Mais sobre Anastasis em breve. Baixe o livro, clicando aqui.

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