Política de bom senso faz economia alemã crescer, apesar do covid-19.

Política de bom senso faz economia alemã crescer, apesar do covid-19.

A queda do desempenho econômico da Alemanha será drástica, isso é um fato. Mas, ao contrário de França, Itália ou Espanha, onde se prevê um declínio de dois dígitos em 2020, a economia alemã terá perdas de “apenas” um dígito.

Desde a queda recorde provocada pelo coronavírus, a situação está definitivamente melhorando. Segundo Albert Braakmann, a economia do país “se recuperou um pouco” em julho e agosto.

E deve continuar assim, pois os indicadores precoces, “indicam uma nova recuperação”.

No segundo trimestre, o produto interno bruto (PIB) alemão caiu 9,7% em decorrência das restrições implantadas para conter o coronavírus.

Em geral, no entanto, os economistas apostam no retorno de um crescimento tão significativo que a produção econômica para 2020 diminuiria “apenas” 5,8%. Essa seria a maior queda já registrada desde a Segunda Guerra Mundial. Entretanto, poderia ter sido ainda pior: a referência é 2009, ano da crise financeira global, em que a economia alemã encolheu 5,7%.

A grande confiança dos cidadãos na gestão de crise alemã, incluindo no âmbito político e dos negócios  é um fator crucial para explicar a resiliência da economia alemã.

“Na Alemanha, a dinâmica foi boa, no geral: o forte desempenho do governo na fase crítica fortaleceu a confiança da população. Esse aumento de confiança então leva a uma maior disciplina sanitária, que, em última análise, deve explicar a baixa dinâmica da segunda onda até agora”, analisa o especialista da ZEW Europa, em entrevista à DW.

Em contraste com a França, os políticos e as autoridades alemãs deram mais ênfase ao bom senso e à autodisciplina da população. “[O presidente da França, Emmanuel] Macron reagiu de forma incrivelmente marcial e radical durante o lockdown e, assim perdeu credibilidade.”

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